Em Dia Mundial da Poesia, Biblioteca Municipal divulga lista dos vencedores da 9ª edição do concurso que tem por base a criatividade poética, com a cerimónia de entrega dos prémios reservada para mais tarde.
O que é poesia? Como delimitar algo que não tem limites? Como categorizar tantos e diferentes sentidos, numa subjetividade dificilmente dimensionada? Afinal, a poesia não é só uma questão de estilo. A poesia tem lá de tudo. O poema é a realidade virtual a partir de qual se constitui muito do sentido da vida. E nesse campo, muito temos nós, portugueses, a dizer.
Conhecido como um país de poetas, ou não partilhássemos nós conterraneidade com o valioso espólio poético de Camões, Pessoa, Torga, Espanca, Sophia…entre muitos outros, e apesar de a poesia ser um dos géneros literários menos apreciado em Portugal, conta ainda com um fantástico universo de poetas em constante renovação. Afinal, a poesia escrita em português está bem e recomenda-se.
A exemplo disso, e dos muitos eventos que se associam às comemorações mundiais do Dia da Poesia, a 21 de março, encontra-se a franca resposta às já várias edições do Concurso Poesia na Biblioteca, promovido pela Biblioteca Municipal Engº Jorge Bento, numa extraordinária vontade de incentivar a leitura de poesia, democratizando-a e desmistificando-a, tornando-a parte da nossa rotina.
Subdividido em duas categorias sujeitas a regulamentos distintos, de acordo com as faixas etárias a que se destinam (público geral/crianças e jovens), este ano a atribuição dos prémios ficou marcada pela multiplicidade temática das obras a concurso.
Por aqui, o mote é sempre a liberdade. Liberdade de escolha no tema, que corre livre e ao sabor da inspiração, das vontades dos participantes. E criatividade, muita criatividade em poetizá-lo. Um dom que, claro, não se encontra ao alcance de todos, mas, sem dúvida, inerente a cada um dos 32 trabalhos a concurso nesta que é já a 9ª edição da competição. A poesia continua a brotar por todo o lado, cada vez mais em verso livre, mas sempre elevada na sua simplicidade.
E à semelhança do sucedido nas suas homónimas, apenas trabalhos inéditos e não publicados, que exploram de forma engenhosa temas como amor, deceção, saudade, autoestima e sociedade, a maioria com caráter motivacional, tomando inspiração de fontes filosóficas e do velho formato proverbial, enquanto se arriscam até na abordagem metalinguística, sobre a própria poesia e a arte de escrever.
Considerações à parte, critérios como clareza e organização das ideias, adequação e correção da linguagem, originalidade e uma singular “Saudação ao Engenheiro”, valeram a Vanessa Martins o primeiro lugar do pódio. Natural de Tortosendo e residente em Condeixa-a-Nova, recorde-se que Vanessa Martins venceu o Prémio Literário Branquinho da Fonseca, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Jornal Expresso com a obra infantil Tiago, o colecionador-quase-nuvem. Desde aí a criação literária tem feito parte do seu quotidiano, embora nunca se tenha aventurado muito na poesia. Talvez a partir de agora o caso mude de figura!
No segundo lugar, “Lamento de Carlos Paredes”, do experiente Luís Aguiar. Natural de Oliveira de Azeméis, residente em Águeda, conta já com 10 livros de poesia publicados e mais de 50 prémios recebidos em iniciativas desta natureza, nacionais e internacionais.
A fechar o pódio, “De que nos servem as palavras dos poetas”, de Graça Alves, natural e residente em Coimbra, vencedora de um segundo prémio numa anterior edição.
Quanto aos prémios do concurso escolar, “Poesia na Escola”, dinamizado pelo Agrupamento de Escolas de Condeixa, a lista dos vencedores, dividida por escalões, é ampla.
No 1.º ciclo, “A Viagem” de Pedro Pires vence o primeiro lugar, logo seguido pelo trabalho criativo de João Marques, “O Amor”, e de Oleksandr Pasichnichenko, “O Planeta Terra”. Destaque ainda para duas Menções Honrosas à “Amizade”, de Hugo Silva, e “Que linda borboleta”, de Maria Leonor Vaz.
No 2.º e 3º ciclos, e considerando a parca participação, atribuíram-se apenas duas menções honrosas aos poemas "Quando chegares, primavera!..." e "O mundo muda" (revistos), como prémio pelo empenho dos alunos participantes.
Para terminar, no nível secundário, “Sociedade”, de Inês Ferreira, arrecada o primeiro lugar do pódio, reservado ainda para “Tu”, de Tatiana Escaroupa, e "Ignotum per ignotius", de João Tomás Peres, 2º e 3º prémios, respetivamente.
Lançado anualmente desde 2011, com o intuito de criar e consolidar hábitos de leitura e de escrita e de estimular e promover a criação de poesia em língua portuguesa, o concurso tem registado uma boa adesão por parte do público, ampliando assim e cada vez mais a sua dimensão e referência a nível de concursos do género em Portugal.
Consulte os poemas vencedores
Concurso Poesia na Biblioteca:
1º lugar - “Saudação ao Engenheiro” de Vanessa Martins - ler poema
2º lugar - “Lamento de Carlos Paredes” de Luís Aguiar - ler poema
3º lugar - “De que nos servem as palavras dos poetas” de Graça Alves - ler poema
Concurso Poesia na Escola:
1º lugar do 1º ciclo - "A viagem" de Pedro Pires - ler poema
2º lugar do 1º ciclo - "Amor" de João Marques - ler poema
3º lugar do 1º ciclo - "Planeta Terra" de Oleksandr Pasichnichenko - ler poema
1º lugar do Secundário - "Sociedade" de de Inês Ferreira - ler poema
2º lugar do Secundário - "Tu" de Tatiana Escaroupa - ler poema
3º lugar do Secundário - "Ignotum per ignotius" de João Tomás Peres - ler poema
Menção Honrosa 1º ciclo - "Que linda borboleta" de Maria Leonor Vaz - ler poema
Menção Honrosa 1º ciclo - "A Amizade" de Hugo Silva - ler poema
Menção Honrosa 2º ciclo - "Quando chegares, Primavera!..." de Maria Leonor Silva (revisto) - ler poema
Menção Honrosa 3º ciclo - "O mundo muda" de Ana Carolina dos Santos (revisto) - ler poema